Nesta terça-feira, (26) foi realizada a decima sexta sessão ordinária
da Assembleia Legislativa, que teve como principal discussão a "Saúde Pública".
O tema partiu da justificativa da deputada Raimunda Beirão (PSDB), ao defender
o requerimento votado em regime de urgência, solicitando do governador Camilo
Capiberibe (PSB), que viabilize a lotação de médicos clínicos gerais e, também,
especialistas, como ortopedista, além de regularizar o encaminhamento de
medicamentos e a disponibilização de uma ambulância para o Hospital Estadual de
Vitória do Jari. “Hoje a situação em que se encontra a unidade hospitalar é
precária, totalmente desprovida de condições técnicas e materiais para atender
à população daquele município”, justifica.
De acordo com a parlamentar, para atender os 15 mil habitantes do
município, a unidade de saúde dispõe de apenas dois médicos; um ortopedista e
um clínico geral. “Sou cobrada 24 horas pela população que não aguenta mais
viver o descaso do Governo do Estado. É difícil, principalmente quando sabemos
que existem médicos para serem contratados. Mas parece que o município de
Vitória do Jari não existe para o Governo do Estado”, desabafa a deputada, ao
defender o requerimento.
Segundo a parlamentar no município também não existe ambulância. “O
prefeito Beirão deixou um veículo. Com três meses da administração do prefeito
Dielson, já não existe mais, o carro está quebrado e o serviço de atendimento
está sendo feito pelo Corpo de Bombeiros, que também não dispõe de um veiculo
com condições de trabalho. Se não der condições, não existe um trabalho de
qualidade”, critica Raimunda Beirão.
Em a parte o deputado Ocivaldo Gato (PTB), atribuiu aos prefeitos a
precariedade no sistema de saúde publica nos municípios “Os prefeitos não tem a
capacidade de fazer concurso público e dar uma casa adequada para abrigar um
médico. Dando condições eles ficam no interior”, frisou.
O deputado Keka Cantuária (PDT), citou como exemplo o Arquipélago do
Bailique, onde o prefeito de Macapá ofertou um salário de R$ 30 mil por mês, e
não apareceu nenhum médico. O valor subiu para R$ 40 mil e apenas uma médica se
dispôs, mas não demorou. Essa dificuldade no serviço de interiorização é muito
complicado”, comentou o deputado, citando como o desempenho do Governo do
Estado, em 2003, quando o deputado era secretário estadual de Administração,
sendo realizado um concurso interiorizado que tinha como meta levar médico para
todos os municípios do Estado do Amapá. “Não tivemos inscrições para todos os
municípios, principalmente pela infraestrutura proposta pelo Estado. Hoje a
modernidade é um dos fatores que afasta os candidatos. Os médicos não abrem mão
das redes sociais, vida em família, além do fácil acesso de deslocamento”, explica
o deputado. Também compartilharam com a discussão os deputados Jorge Salomão,
Isaac Alcolumbre, Edinho Duarte e Eider Pena.
O presidente da Comissão de Saúde
(CAS), da Assembleia Legislativa, disse que a Casa, aprovou o pagamento dos
médicos com verba indenizatória. Não existe, é uma verba remuneratória, pelo
serviço que está prestando. “Só vem
médico para o Estado do Amapá quando for pago o salário de carteira. Até os que
estão se formando no Estado, vão fazer a residência e partir para trabalhar em
outro estado”, alerta o deputado, informando que está sendo reivindicado o
valor do salário estabelecido pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam) acima
de R$ 9 mil, por um contrato de 24 horas. “Se isso ocorrer, vamos ter médicos de
outros estados. Mesmo assim os médicos do quadro federal, não vão poder receber
esse valor. O federal recebe um pouco acima de R$ 4 mil”, esclarece.
Assembleia
legislativa do Estado do Amapá – ALAP
Departamento
de Comunicação – Decom
Direção –
Cleber Barbosa
Texto:
Everlando Mathias | Foto: Jaciguara Cruz
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