foto:
Rivaldo Gomes/Folhapress
CRISTINA
CAMARGO
COLABORAÇÃO
PARA A FOLHA, EM AGUDOS (SP)
A
prefeitura gasta R$ 120 mil por mês para manter o serviço. A cidade
do centro-oeste paulista tem orçamento anual de R$ 92 milhões.
O
atual prefeito, Everton Octaviani (PMDB), sobrinho do ex, afirma que
não é fácil manter o benefício. "É pesado. Hoje, a passagem
custaria no mínimo R$ 1,50. Com a economia, o morador pode ter
alimentação e vestuário melhor, por exemplo. Tem grande alcance
social."
E
político também. Ao disputar a reeleição, em 2004, Octaviani
obteve 68% dos votos válidos, ante 33% na primeira eleição, antes
da gratuidade. Quatro anos depois, elegeu o sobrinho, um jovem
inexperiente na política.
Em
2012, as eleições foram mais inusitadas: Everton foi o único
candidato.
O
transporte gratuito chama tanta atenção que há até quem tenha
escolhido Agudos para morar por isso, como o pintor de móveis Moisés
de Moura, 27, há seis meses na cidade.
A
possibilidade de economizar fez com que trocasse São Manuel pela
cidade vizinha. "Agudos mostra, numa época difícil, que dá
para ter transporte gratuito", diz.
O
serviço também atrai empresas, que ficam livres de gastos com
vale-transporte.
A
Provence, confecção de lingerie de Bauru (SP), instalou sua fábrica
numa área de 5.000 m². "A redução nas despesas com
transporte foi significativa", diz a empresária Marinez
Conticelli Manflin.
Para
manter o transporte gratuito, o prefeito diz que é preciso conter
despesas. Os cargos de confiança, por exemplo, caíram pela metade
em 13 anos.
OUTRAS
CIDADES
Em
Ivaiporã (a 400 km de Curitiba), com 31,8 mil habitantes, o
transporte é gratuito há 12 anos. Segundo o prefeito Luiz Carlos
Gil (PMDB), o "passe livre" custou R$ 520 mil em 2012 aos
cofres públicos. O orçamento anual do município é de R$ 50
milhões.
Em
Pitanga (a 338 km de Curitiba), com 32,6 mil habitantes, o serviço
gratuito começou em fevereiro de 2012, com números mais modestos.
Dois ônibus levam cerca de 400 usuários por dia, a um custo de R$
12 mil mensais.
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